Professor da Escola Municipal de Música desenvolve o projeto “Minha primeira composição”

Com toda a informação disponível no mundo virtual hoje o professor já não é o detentor do saber. Muitas vezes o aluno chega à escola com uma carga de informação que ultrapassa em muito o repertório do professor em determinados assuntos. No tocante à destreza digital, nem há o que falar, os alunos são mais rápidos, tem a familiaridade e consequentemente fazem uso com mais frequência acompanhando mais de perto as novas tecnologias atualizadas.

 

Com tanto motivo para a apreensão da atenção dessas gerações W (de 1991 à 2000), geração Z (de 1990 à 2010), geração alpha (após 2010), a maioria dos professores não conseguiu acompanhar as constantes mudanças tecnológicas, fazendo haver um novo perfil de educador muito mais interativo que além de obrigatoriamente terem que familiarizar-se com as TICs, pois não há outra saída para o que veio para ficar e sejamos realistas, há de se fazer uso dessas para um melhor aprendizado em tempo real e recheado de opções também tem que familiarizar-se com alunos que hoje são mais criativos, participativos, inovadores e autores do processo de aprendizagem onde o professor possa a ensinar apreendendo o saber que já não é mais de cima para baixo exigindo adaptação.

 

Paulo freire já dizia: “Quando o homem compreende a sua realidade, pode levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções. Assim, pode transformá-la e o seu trabalho pode criar um mundo próprio, seu Eu e as suas circunstâncias”.

 

Quase todos os professores hoje buscam soluções pedagógicas criativas para prender a atenção do aluno, visando suprir essa presença as vezes “sufocante”, da tecnologia atualizada.

 

Foi o que fez o professor João luiz de Jesus da Escola Municipal de Música ao criar o projeto, “Minha primeira composição” para os alunos que estão no primeiro ano de aprendizado musical da seguinte forma.

 

O primeiro objetivo foi o de proporcionar o conhecimento de vários instrumentos musicais, inclusive os menos populares propondo a escolha de um instrumento musical para a construção de um acróstico. Antes, porém, o aluno conhecia através da internet a história do instrumento, sua origem, construção, evolução através dos tempos etc…

O segundo objetivo foi incentivar a composição fazendo com que a simples frase ou os versos e até mesmo os textos que saíram dos acrósticos feitos dos instrumentos com nomes maiores em número de letras fossem transformados em melodia. Posteriormente o aluno achava o ritmo mais adequado e por último e principal objetivo usar os acordes, (posições, desenhos) que os alunos estavam estudando no período desse projeto.

 

Participaram do projeto os alunos que estavam estudando a terceira tonalidade maior (I° E7Maj, II° F#m7, III° G#m7, IV° A7Maj, V° B7, VI° C#m7, VII° D#m5°/7) e a sua respectiva escala diatônica maior, pois assim além da melodia cantada, o ritmo e a harmonia da letra criada através do acróstico, também se pudesse criar introdução, fraseado solo do meio, solo final.

 

O resultado foi super interessante e o conhecimento aconteceu de uma maneira diferente, pois, os alunos foram os autores mediatizados apenas, pelo professor. O mais importante também é que devido as mídias, aplicativos, várias redes sociais os alunos não praticam suficientemente o seu instrumento em casa justamente pela falta de tempo. Ao criarem a sequência Harmônica de suas músicas os alunos tiveram que dominar os acordes da tonalidade concretizando seu aprendizado e criando-se visivelmente um clima de mais autoestima e ajuda mútua entre os alunos.